Você conhece uma pessoa realmente ciumenta? Ela não dá sossego, fica o tempo todo pensando que o namorado ou namorada estão fazendo alguma coisa de errado. Não conseguem aliviar a tensão para que o relacionamento melhore. E o pior: muitas vezes, não há motivo para ter ciúmes. Enfim, a vida a dois torna-se desgastante e o pior pode acontecer: a separação. Afinal, não é todo mundo que suporta por tanto tempo uma crise de ciúmes. E por mais que a pessoa tente manter o controle, há um momento em que ela pode sucumbir e desistir de tentar mudar a pessoa ciumenta.
Mas pode haver esperança para mudar esse comportamento tão destrutivo? Se você quiser saber mais sobre esse assunto e se ele é relevante pra você, me acompanhe neste artigo pra saber como reduzir o peso de ciúme.
Como acontece o ciúme?
Vamos falar sobre ciúmes!
Exatamente. Aquele sentimento de que, se pudesse, a pessoa ciumenta deixaria a pessoa amada em um cativeiro sem celular e somente com comida, água e a foto da pessoa que a prendeu na parede. À parte as brincadeiras, a verdade é que o ciúme tem sido abominado pela sociedade, já que esse tipo de conduta pode minar relações afetivas e corroer relacionamentos. É como se a pessoa ciumenta dissesse aos quatro ventos: “Eu não confio em você!”
Mas a verdade é que ciúme é um uma emoção que foi desenvolvida pelo cérebro humano durante milhares de anos de evolução. Por meio do ciúme, é possível identificar aquelas pessoas de quem você gosta e que deseja ter sempre por perto. Ele permite que você cuide das pessoas que são importantes, mantendo essas pessoas protegidas e seguras. Mas infelizmente, criou-se o mito de que o ciúme é uma doença ou um sinal de uma pessoa não evoluída, o que não tem nenhuma relação.
Quanto maior a conexão que você tiver com alguém, maior será o ciúme que poderá sentir, pois você deseja que essa pessoa não sofra nem te deixe, pois ela é importante para a sua vida e o seu convívio. Por isso, o ciúme não se trata de uma doença.
Até aí, está tudo bem.
O problema é que se essa emoção começa a fugir do controle, ela tenderá a afetar a saúde e os relacionamentos justamente com as pessoas amadas. Aí sim o ciúme começa a se tornar um monstro interno, descontrolado e muito nocivo. E nesse momento, começa a se desenvolver um ciúme patológico ou doentio, gerando dor e desconforto para a pessoa ciumenta e para a pessoa amada, que sofre com os desequilíbrios que esse ciúme patológico causa.
Mas como saber exatamente quando a pessoa está sofrendo desse ciúme doentio?
Sintomas de um ciumento
Um primeiro ponto é quando a pessoa tem um medo excessivo de perder a pessoa que ama. Esse medo costuma levar a pessoa a sentir um grande mal-estar só de pensar que não estará mais com a pessoa que ela tanto ama ao seu lado.
O segundo ponto é a insistência em violar a privacidade do outro, procurando por supostos “sinais” de traição. A pessoa ciumenta então pede a senha das redes sociais, a senha do celular, entra nos e-mails, nas mensagens, enfim. Acaba com a liberdade do outro.
Um terceiro sintoma é um sentimento de ódio e de revolta contra amigos próximos e colegas de trabalho ou faculdade da pessoa amada. Aparentemente, para a pessoa ciumenta, todos estão escondendo algo dela.
Um quarto ponto é a tentativa de controlar o passo a passo da vida da pessoa amada. Ela não tem liberdade de ir a qualquer lugar que ela queira sem a intervenção dramática da pessoa ciumenta, que costuma pedir fotos e comprovações de que a pessoa amada realmente foi aonde ela disse que iria.
Um quinto e último ponto é o pensamento recorrente de traição e as paranoias, ou seja, situações imaginativas que levam ao ciúme sem uma base real, sem comprovações. Nesse ponto, qualquer olhadinha meio de lado ou mesmo no celular pode ser motivo de grande discussão e de brigas. É como se a pessoa tivesse que andar com aqueles tapumes que são colocados em cavalos de charrete.
Enfim, é uma situação insustentável. Mas afinal, de onde vem essa emoção tão forte e incontrolável?
Por incrível que pareça, não está totalmente ligada a essa pessoa amada.
Ao longo dos anos, emoções negativas de eventos do passado vão se acumulando na mente subconsciente, levando a pessoa a ficar sobrecarregada e desequilibrada. Eu explico: o nosso cérebro precisa proteger a pessoa de sofrer algo que ela já sofreu no passado. Esse é um mecanismo natural de nosso cérebro. Um sistema chamado de Autoproteção, que está associado à mente subconsciente. E por isso mesmo, não passa pela nossa parte racional.
Se você quiser se aprofundar um pouco mais nisso, veja um vídeo que está aqui no canal e que fala sobre doenças psicossomáticas.
Uma história da vida real
Vamos a um exemplo, imagina que a Maria, uma menininha de 5 aninhos tem seu pai como um herói. A figura do pai dela é tudo pra ela. Se sente protegida, segura, feliz ao lado do pai. A mente subconsciente aprende que o pai dela é um porto seguro pra ela e que pra ela se sentir segura, terá de encontrar homens com características parecidas com as do pai.
Lá na adolescência, a Maria paquera um menino, o Joaquim. O Joaquim também é um menino muito parecido com o pai dela. O Joaquim parece destemido, seguro e passa essa segurança para a Maria. E ela só escolheu estar com o Joaquim porque a mente subconsciente viu nele boas características, idênticas às do pai.
Só que o Joaquim é o bonitão da escola e as meninas estão sempre por perto, até que um dia o Joaquim sucumbe e acaba ficando com outra menina. A Maria descobre e fica profundamente chateada, triste e muito insegura.
O subconsciente armazena esse evento e todas essas emoções a fim de proteger a Maria da próxima vez que ele perceber que ela estiver ameaçada de perder alguém que ela ama novamente. Justamente para a Maria não sentir tudo isso de ruim que ela sentiu com o Joaquim. Na fase adulta, ela conhece o Carlos. Um cara bacana, gentil, educado, forte. Um homem que possui características parecidas com as que ela valorizava no pai quando criança. Ela namora com Carlos e se casa com Carlos.
A paixão é muito forte no início, mas depois de dois anos, eles começam a sair da fase da paixão e a entrar em uma vida mais rotineira. Fica parecendo que Carlos não está dando mais a atenção de antes para Maria. Então o subconsciente aciona o sistema de autoproteção para evitar que Maria não perca o Carlos. Afinal, para ela foi muito doído perder o Joaquim.
E aí começam as primeiras manifestações de ciúme, que podem piorar com o tempo, conforme ela vai pensando na possibilidade de não estar mais com o Carlos. E quando mais ela pensa nisso, mas ela fortalece o estado emocional de autoproteção, até que esse mecanismo passe a desencadear um ciúme incontrolável em Maria.
Aí Maria começa a tomar remédios para controlar a ansiedade, o humor, o sono, mas isso acaba ajudando somente nos sintomas. E as verdadeiras causas do ciúme não são tratadas, não resolvendo totalmente a situação da Maria.
Nesse ponto, ela precisa de ajuda, porque, caso contrário, terá de pagar um preço alto por não conseguir controlar o ciúme, levando Carlos a pular fora do barco.
Na hipnoterapia, nós encontramos exatamente essas demandas, esses lixos emocionais e dessensibilizamos, a ponto de Maria controlar o ciúme com relação a Carlos. Então, fica essa dica. Procure um bom hipnoterapeuta e resolva essas questões imediatamente, antes eu seja tarde demais.
O que ela pode fazer de imediato e compreender que Carlos não vai embora. Que ela não ficará sozinha. E que o melhor a se fazer é aliviar a vida de Carlos, sendo carinhosa e atenciosa, lutando contra as forças destrutivas do ciúme. Assim, Carlos volta sua atenção à Maria e ela passa a se sentir mais segura novamente.
Conclusão
O ciúme, como você viu, pode ser revertido aos poucos, com uma mudança de comportamento entre o casal. No entanto, se estiver insustentável demais, o melhor seria fazer um processo de hipnoterapia. A questão normalmente se resolve em uma ou duas sessões.
É isso aí. Espero que tenha tido uma excelente leitura.
Meu desejo é que você esteja no controle de sua vida.
Até o próximo!